Projetos de Pesquisa em Andamento
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Psicologia em Goiás: Espaços, Práticas e Discursos sobre seu desenvolvimento e institucionalização
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Docente: Anderson de Brito Rodrigues
Ano de início: 2014
Descrição resumida:
O surgimento e desenvolvimento da Psicologia em Goiás apresenta elementos que indicam continuidade e descontinuidades no processo de sua constituição histórica e social. O presente projeto objetiva investigar a Psicologia como saber, ciência e profissão em Goiás. A pesquisa busca compreender o conhecimento psicológico e sua inserção em diversos espaços sociais, em suas práticas e discursos institucionais. O estudo tem como referência a historiografia e como principal ferramenta metodológica a análise documental.
ENTRASTE: Subjetividade, arte e clínica
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Docente: Cristóvão Giovani Burgarelli
Ano de início: 2012
Descrição resumida: Nossa proposta é perseguir a questão imposta pelo próprio trajeto de nossas pesquisas anteriores, desde 1994: pesquisar tanto a história da clínica clássica quanto o nascedouro da psicanálise para, numa articulação com nossos autores fundamentais, Freud e Lacan, dizer sobre o que é a clínica psicanalítica. Esse objetivo, no entanto, não nos impede de continuar a reunir projetos que, tomando a teoria psicanalítica como lugar teórico referencial, buscam discutir os desdobramentos possíveis tanto aos estudos linguísticos quanto aos fundamentos da psicologia e da educação. Além de Freud e Lacan, nossos autores fundamentais, que serão lidos com base num diálogo profícuo com pesquisadores importantes de outras instituições, como Unicamp, UFMG e USP, recorreremos, na medida em que nosso percurso solicitar, à filosofia, à psicologia e à educação, bem como à neurologia e à psiquiatria. Situaremos nossas questões em três eixos: o estudo da estruturação da subjetividade pela linguagem; a pesquisa em torno do conceito de inconsciente, para pensar, a posteriori, seus efeitos nos problemas advindos de outros campos, sobretudo da psicologia; e por fim a articulação profícua, desde que assinaladas suas diferenças e seus impasses entre arte, clínica e outros processos de subjetivação. Para tal, consideraremos tanto a pesquisa teórica quanto as situações clínicas em suas intricações próprias, buscando superar as abordagens dicotômicas. Em nossa história, começamos a pesquisar a articulação sujeito-linguagem e, para tal, recorremos à psicanálise, que nos ensinou a rever a Linguística, os estudos literários, a arte e os fundamentos da psicologia e da educação; agora, o nosso percurso e o nosso posicionamento psicanalítico diante desse entrecruzamento de abordagens exigem como dobradiça da primeira porta a clínica psicanalítica, que implica pesquisar também sobre a estrutura da clínica clássica e sua articulação com as práticas de cura, psicoterapia e tratamento. Esperamos consistentemente nos situarmos com relação a esse passo. Observação: O projeto conta com a colaboração de pesquisadores vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFG e o Programa de Pós-Graduação em Linguística da UNICAMP.
Ontologia do ser social e a história da psicologia: Buscando contribuições teórico-metodológicas do marxismo para a psicologia
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Docente: Fernando Lacerda Jr.
Ano de início: 2015
Descrição resumida: O presente projeto busca contribuir para as discussões sobre os fundamentos teórico-metodológicos da História da Psicologia pela pesquisa sobre as possíveis contribuições do Marxismo para o campo. A fundamentação teórica aborda as diversas concepções de história presentes na História da Psicologia, problematiza a existência de diversos Marxismos, destaca algumas das possíveis relações entre Marxismo e Psicologia e, por fim, apresenta algumas ideias sobre como a obra específica de Lukács sobre a ontologia do ser social pode oferecer indicações importantes para as pesquisas em História da Psicologia. O projeto de pesquisa, um estudo teórico e histórico, será realizado por meio de duas investigações. Primeiro, por meio de um estudo bibliográfico geral em distintas bases de dados e por um estudo realizado em quatro periódicos específicos ligados ao campo da História da Psicologia, buscará analisar o processo de apropriação de teorias e categorias marxistas pela História da Psicologia. Por meio deste estudo espera-se identificar que concepções marxistas foram usadas por historiadores da Psicologia, o tipo de pesquisa histórica que foi realizada a partir do Marxismo e identificar se houve apropriação de ideias de Lukács no campo da história da Psicologia. Um segundo estudo, mais focado sobre os estudos lukacsianos sobre a ontologia do ser social, buscará, a partir da análise da obra de Lukács, sistematizar um conjunto de proposições teórico-metodológicas que podem fundamentar pesquisas em História da Psicologia. Espera-se que a presente investigação contribua para: aprofundar os estudos sobre a â??história da História da Psicologiaâ? desvelando como historiadores da Psicologia se relacionaram com o referencial marxista; sistematizar proposições e indicações de caráter metodológico que servirão para futuras pesquisas na História da Psicologia; avaliar criticamente pesquisas realizadas na História da Psicologia; e contribuir para a sistematização e compreensão de concepções marginais na História da Psicologia. Apoio: CNPq.
O campo conceitual da síntese psíquica: análise teórica e gênese histórica na Psicologia histórico-cultural
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Docente: Gisele Toassa
Ano de início: 2013
Descrição resumida: Este projeto, compreendido entre 2013 e 2016, justifica-se em função da abrangência da difusão de L.S. Vigotski e A.N. Leontiev no Brasil, permeada por um descompasso da pesquisa nacional em relação à produção internacional contemporânea em história da psicologia/ciência soviética. Tem como objetivo analisar o campo conceitual compreendido pela idéia de síntese psíquica (consciência, personalidade, pessoa, reflexo etc.) em obras basilares de L.S. Vigotski e A.N. Leontiev, em relação com o contexto cultural e político em que se desenvolveu a ciência soviética entre os anos 1930 e 1970, análise crítica da semântica dos conceitos, de seu contexto histórico de elaboração e a posição epistemológica que ocupam nas fundamentais obras dos autores; analisar as fontes teóricas (filosóficas, artísticas, científicas e lingüísticas) dos referidos conceitos. Como base conceitual, empregaremos a psicologia histórico-cultural. Método: de caráter histórico e bibliográfico, empregará leitura, fichamento e (se aplicável) mapas conceituais. Envolverá textos acerca da história política e cultural da Rússia tsarista e da União Soviética; estudo crítico (e biográfico) dos textos de autores da psicologia histórico-cultural, buscando identificar os termos compreendidos no campo conceitual da “síntese psíquica”, de modo a apreender seu sentido no original consultado e na tradução; estudo das referências utilizadas pelos autores, com a análise de textos e autores mencionados por eles. Os resultados esperados são a produção de, pelo menos, cinco artigos em periódicos, além de outros produtos, como resumos e trabalhos completos em anais de eventos.
Psicologia e Processos de Normatização/Normalização na Saúde
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Docente: Tiago Cassoli
Ano de início: 2014
Descrição resumida: A partir da relação entre os saberes da filosofia, da psicologia, da medicina e da psiquiatria e as práticas de cuidado na saúde este trabalho de pesquisa tem como principal objetivo pensar a constituição do sujeito normal e feliz hoje. Temos como objeto de análise os saberes que objetivam, por exemplo, o riso, como um gesto que expressa felicidade. Por que ela torna-se expressão do sujeito saudável? Como os saberes médicos e psicológicos tecem alianças com as práticas de cuidado que objetivam a felicidade? Nossa tese de partida é a felicidade como alvo da Biopolítica que produz condutas que devem ser evidenciadas, mostradas e divulgadas. Assim, temos como perspectiva de análise o pensamento de Michel Foucault e, para tanto, propomos realizar alguns recortes históricos que relacionam ética, saúde, riso e felicidade.
Psicologia social e esquizoanálise: Crítica, política e intervenção social
Linha de Pesquisa: Bases Históricas, Teóricas e Políticas da Psicologia
Docente: Domenico Uhng Hur
Ano de início: 2011 (encerrado)
Descrição resumida: A partir do pressuposto de que a Psicologia Social é um campo marcado pela heterogeneidade e coexistência de uma série de correntes teóricas, o presente projeto visa investigar uma de suas perspectivas contemporâneas: a Psicologia Social referenciada pela Esquizoanálise. Nosso objetivo é pesquisar a influência do pensamento do filósofo Gilles Deleuze e do militante-psicanalista Félix Guattari, fundadores da Esquizoanálise, na Psicologia Social, seguindo quatro objetivos específicos: primeiro, investigar qual a concepção de crítica social presente; segundo, as visões acerca da política, micropolítica e poder desenvolvidas; terceiro, que dispositivos de intervenção são trabalhados tanto na prática social, política e clínica do psicólogo social e; quarto, realizar análises e reflexões acerca de fenômenos psicossociais, a partir dos conceitos desenvolvidos pela Psicologia Social referenciada pela Esquizoanálise. Para nossa pesquisa utilizaremos o método cartográfico e realizaremos ampla revisão bibliográfica na tentativa de sistematização dos conceitos, proposições e metodologias dessa nova perspectiva que se configura na Psicologia Social. Como resultados espera-se discriminar as concepções gerais de crítica social, política e intervenção que são desenvolvidas na Psicologia Social brasileira com enfoque esquizoanalítico.
Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais e Educacionais
Psicologia de grupos, instituições e coletivos sociais: intervenções psicossociais
Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais e Educacionais
Docente: Domenico Uhng Hur
Ano de início: 2015
Descrição resumida: A Psicologia é um campo de atuação que a cada dia amplia mais seu escopo de intervenção. Atualmente não se restringe mais aos consultórios clínicos, ou aos diferentes tipos de psicodiagnósticos e medição, mas atende grupos, instituições, variados coletivos sociais e comunidades. Nessa ampliação instaura novas modalidades de atendimento, objetivos e dispositivos de análise, que recebem o nome de intervenções psicossociais. No presente projeto buscamos analisar distintas intervenções psicossociais que fomentam o projeto de autonomia e transformação social. Portanto nosso objetivo é de analisar os discursos coletados em intervenções psicossociais com distintos coletivos sociais, para discutir suas demandas, a eficácia da intervenção no fomento da autonomia e os processos de subjetivação incitados. Utilizaremos como metodologia duas modalidades de investigação: 1- Entrevistas em grupo e; 2- Entrevistas individuais, seja por meio de questionários, ou entrevistas não diretivas. Tal projeto alia-se a recém-criação do serviço de Psicologia de Grupos instalado nas dependências da Faculdade de Educação, que recebe o nome GRITE – Grupos, Instituições e Trabalho Emancipatório, projeto de extensão universitária, que será um espaço privilegiado para a coleta e análise de dados.
Psicologia dos extremismos políticos e cotidianos
Linha de pesquisa: Processos psicossociais e educacionais
Docente: Domenico Uhng Hur
Ano de início: 2018
Descrição resumida: A intensificação das posições extremistas e da intolerância nos debates políticos e relações sociais se tornou uma constante no cenário social atual. Há um giro a posições mais radicais e discursos nacionalistas e xenófobos ganham força na opinião pública. O objetivo desta pesquisa é conhecer como os distintos marcos teóricos da
Psicologia Política apreendem os extremismos e radicalismos políticos, para discutir a emergência e intensificação dos neofascismos contemporâneos. Realizaremos uma pesquisa bibliográfica sobre a produção da Psicologia Política referente ao fenômeno do extremismo e radicalismo político. Como resultados da pesquisa, buscamos cartografar os esquemas cognitivos, afetivos e psicossociais que levam ao aumento do ódio e da hostilidade ao outro no atual momento histórico. Planejamos publicar artigos, apresentar trabalhos em congressos e organizar um livro coletivo sobre como o extremismo político aparece em diversos países.
Palavras-chave: Extremismo político; radicalismo; fascismo; Psicologia Política.
Área: Psicologia; Psicologia Social; Psicologia Política.
Psicologia Política latino-americana e transformação social
Linha de pesquisa: Processos psicossociais e educacionais
Docente: Domenico Unhg Hur
Ano de início: 2017
Descrição resumida: A Psicologia Política na América Latina é um campo de saberes fragmentado, com diferentes perspectivas teóricas e posturas políticas, sendo marcada pela dispersão e variação. Mesmo fragmentada, a transformação social é um dos temas centrais para esta área de conhecimento. Muitos psicólogos latino-americanos desenvolvem trabalhos na Psicologia Política por compreendê-la como um campo crítico, politizado e que pode fomentar processos de mudança e transformação social. Porém, constata-se que há distintos posicionamentos políticos e concepções de transformação social na Psicologia Política, que faz com que suas definições e práticas sejam bastante heterogêneas. Por exemplo, nas pesquisas há posturas políticas que vão desde o liberalismo até o anarquismo. Dessa forma, será que suas práticas estão direcionadas à autonomia e transformação, ou à reprodução da heteronomia social? O objetivo geral da pesquisa é conhecer os discursos sobre a transformação social na produção contemporânea da Psicologia Política latino-americana, para discutir suas concepções, enunciados e práticas direcionados à autonomia e/ou manutenção das relações de poder instituídas. Os objetivos específicos são: conhecer os distintos discursos sobre a transformação social e como se efetivam; conhecer as diferentes modalidades de intervenção social desenvolvidas pela Psicologia Política latino-americana; conhecer as diversas experiências referenciadas pela Psicologia Política de atuação nas políticas públicas na América Latina. Esta pesquisa não busca homogeneizar, nem normatizar um padrão identitário da Psicologia Política latino-americana, senão compreender sua multiplicidade e variação de discursos e práticas. Pretende investigar qual é o estado da arte no que se refere às suas reflexões e fazeres relacionados à transformação social. Como método realizaremos uma pesquisa de caráter exploratório sobre a produção da Psicologia Política latino-americana referente à transformação social. Faremos uma revisão bibliográfica sobre artigos, livros e teses dos últimos vinte e cinco anos, período de intensificação do neoliberalismo no continente. Buscaremos rastrear e mapear como a transformação social e suas práticas vêm sendo concebidas nas produções contemporâneas da Psicologia Política latino-americana. Será realizada uma análise de conteúdo sobre o material coletado, em que as categorias serão elaboradas a posteriori, após a análise dos dados, para discriminar e sistematizar os diferentes discursos e suas concepções. Nossa proposta é que a pesquisa seja realizada sob orientação do Prof. Dr. Jose Manuel Sabucedo, da Universidade de Santiago de Compostela, Espanha. Os resultados esperados são a organização de três obras coletivas: um livro sobre “Psicologia Política latino-americana e transformação social”, para ser publicado em 2018 e lançado no IV Congresso Ibero-Latino-americano de Psicologia Política (Chile), e dois dossiês temáticos nos periódicos científicos de Psicologia Política da América Latina. Um na Revista Psicologia Política (Brasil) com o tema “A atuação do psicólogo político nas políticas públicas” e outro na Revista Electrónica de Psicología Política (Argentina) sobre “Psicologia Política e práticas de intervenção social”, também para o ano de 2018.
Trabalho e psiquismo no capitalismo contemporâneo
Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais e Educacionais
Docente: Livia Gomes dos Santos
Ano de início: 2019
O presente projeto caracteriza-se como pesquisa guarda-chuva para agregar diferentes projetos que tenham como objetivo investigar as múltiplas interrelações entre o trabalho e o psiquismo no capitalismo contemporâneo. Temos como teoria orientadora a Psicologia Sócio-histórica, teoria psicológica de base Materialista Histórico-dialética que tem como um de seus autores fundamentais o pensador soviético Lev Semionovich Vigotski. Como tal, toma o trabalho como um dos princípios fundamentais para a compreensão da realidade. Não são poucos os trabalhos que tem apontado as implicações do trabalho na subjetividade e temas como a saúde do trabalhador, sofrimento, captura da subjetividade pelo capital e outros são objeto de debate por inúmeros pesquisadores da área do trabalho (a maioria deles por pesquisadores da sociologia, não da psicologia; o que possivelmente é resultado do histórico descaso que a Psicologia tem pelos estudos sobre trabalho; sobre isso, ver Bernado et al., 2017). No entanto, a presente pesquisa diferencia-se por buscar compreender, fundamentalmente, quais as implicações que essa forma de trabalho tem no psiquismo dos sujeitos singulares. Para isso, pretendemos atuar em três eixos fundamentais que, embora completamente relacionados, precisam ser diferenciados para a melhor realização dos planos de trabalho: No primeiro eixo está a compreensão do próprio mundo de trabalho. No segundo eixo trabalharemos fundamentalmente as implicações no psiquismo: compreender como a consciência e o inconsciente são marcados pelo trabalho tal como temos atualmente é o principal objetivo desse eixo. O último eixo visa investigar as possibilidades de resistência e enfrentamento que tem sido empreendidos pelos trabalhadores e também quais as possibilidades que a Psicologia tem de auxiliar no desenvolvimento dessas estratégias.
Inconsciente e atividade a partir da Psicologia Sócio-histórica
Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais e Educacionais
Docente: Livia Gomes dos Santos
Ano de início: 2017
A cada dia presenciamos uma série de retrocessos nos direitos e também o aumento e fortalecimento de um pensamento (e, claro, de uma série de práticas dele decorrentes) da direita mais tradicional, retrógrada, elitista e conservadora possível. Entretanto, as ações de resistência e enfrentamento estão cada vez mais fracas, raras e superficiais. Não queremos de forma alguma psicologizar essa situação; mas, considerando a complexidade do fenômeno, que explicações a Psicologia Social pode dar a essa situação de inatividade, mesmo diante da derrocada de tantos e tão significativos direitos? Seria o inconsciente uma das categorias (psicológicas) passíveis de explicar as dificuldades de adesão à participação política? Essa é a pergunta que pretendemos responder durante essa pesquisa. Para tanto, realizaremos uma pesquisa inicialmente teórica, mas tendo como perspectiva a criação de um instrumental para a realização dessa investigação em contextos de movimento sociais em que se verifica ou não a existência de participação política.
A atenção clínica/psicossocial ao usuário de drogas ilícitas e de álcool
Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais e Educacionais
Docentes: Maria do Rosário Silva Resende (coordenadora) e Susie Amâncio Gonçalves de Roure
Ano de início: 2013
Descrição resumida: O presente projeto busca investigar as políticas sociais, assim como as diversas modalidades de atenção clínica e psicossocial aos usuários de álcool e drogas ilícitas e sua rede de apoio imediata. Desta forma, o projeto tematiza as experiências pioneiras proporcionadas pela Reforma Psiquiátrica no Brasil, a transformação do tema das drogas em uma questão de segurança pública, a emergência das discussões sobre a redução de danos na política nacional sobre drogas e, finalmente, as ações e políticas relacionadas com a implementação de uma rede de assistência e apoio para os usuários de álcool e outras drogas. É a partir dessa discussão que o projeto toma como objeto de estudo a atenção clínica e psicossocial aos usuários de álcool e drogas ilícitas e a sua articulação com a matriz político-gerencial e organizacional. Neste sentido, o objetivo geral do projeto é o de promover a articulação entre a teoria e prática no âmbito da Saúde Mental por meio do diálogo entre diferentes saberes – inter e multidisciplinares – visando o desenvolvimento de propostas de implementação e tecnologias sociais de saúde dirigida à atenção clínica e psicossocial ao usuário de drogas ilícitas e álcool e contribuir para o fortalecimento das políticas públicas de saúde. Especificamente, o projeto busca: (1) aprofundar os estudos sobre o enfrentamento de problemas ligados aos usuários de drogas ilícitas e álcool, assim como sua relação com familiares, comunidade e profissionais de saúde mental; (2) estabelecer o estado da arte sobre políticas públicas ligadas às drogas ilícitas e álcool; (3) identificar e analisar criticamente as ações de enfrentamento às drogas existentes no estado de Goiás; (4) desenvolver instrumentos e técnicas de pesquisas que possibilitem a coleta de dados em atividades individuais e grupais; (5) realizar e avaliar atividades de atenção clínica e psicossocial voltadas aos usuários de drogas e suas redes de apoio psicossocial; (6) refletir com profissionais de saúde sobre a atenção aos usuários de drogas ilícitas e álcool; (7) divulgar os resultados da pesquisa e, posteriormente, avaliar o impacto dessa atividade sobre o interesse de profissionais de saúde mental pela atenção clínica; (8) produzir e publicar reflexões teóricas a partir dos resultados das atividades do projeto
Nas teias de Aracne: Violência, linguagem e imaginário na educação escolar
Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais e Educacionais
Docente: Sheila Daniela Medeiros dos Santos
Ano de início: 2012 (encerrado)
Descrição resumida: A presente pesquisa objetiva analisar a relação entre violência, linguagem e imaginário e seu impacto na educação escolar, mediante: a caracterização dos aspectos semânticos e conceituais dos termos violência, linguagem e imaginário; a busca de uma unidade de análise, nas obras do bielorrusso Lev Semionovich Vigotski, para descobrir e compreender a dinâmica da relação violência, linguagem e imaginário; e a explicação do impacto da relação violência, linguagem, imaginário na educação escolar. Para a consecução desses objetivos, porém sem a pretensão de esgotar a discussão acerca do fenômeno da violência, essa pesquisa, de cunho marcadamente teórico, ancorada na perspectiva histórico-cultural em Psicologia, parte do pressuposto de que a violência deixa marcas na linguagem (SANTOS, 2002), forjando um quadro inteiramente diferente das relações humanas. Desse modo, coerente com o referencial teórico que orienta a referida pesquisa, propõe-se a (re)leitura analítica das obras de Vigotski, fundamentadas na matriz marxista, bem como dos estudos mais significativos, na literatura nacional e internacional, a respeito da temática em pauta. Por conseguinte, pode-se dizer que é na relação materialista histórica e dialética entre homem  natureza, na qual se inscreve a relação recíproca entre natureza  cultura, que irá se situar o lugar do debate que os termos violência, linguagem e imaginário levantam nesse trabalho. Nesse contexto, entende-se que as proposições de Vigotski e suas implicações e contribuições à Psicologia e à Educação atuais, num momento de crise estrutural do capitalismo, apontam fundamentalmente para dois aspectos: o primeiro deles refere-se à possibilidade de compreender as raízes e a materialização da violência; e o segundo aspecto refere-se à defesa da educação escolar como instrumento de apropriação das dimensões: epistemológica, ética, política e cultural, necessárias a construção de um projeto de classe voltado ao “trabalho como princípio educativo” (GRAMSCI, 1985), aos processos de inclusão e à justiça social.
Narrativas e rememorações: a poiesis do eu
Linha de pesquisa: Processos psicossociais e educacionais
Docente: Priscilla Melo Ribeiro de Lima
Ano de início: 2018
Descrição resumida: Temos como pressuposto que a narrativa não é apenas um relatório de acontecimentos, mas a totalidade de uma experiência que é comunicada. As narrativas implicam, como afirma Benjamin (1936/2012), em troca de experiências e histórias de vida, e em relações inter-humanas. Portanto, são representações e interpretações da realidade que revelam e valorizam a subjetividade do indivíduo. Devido às diversas maneiras de se fazer pesquisa (auto)biográfica, existe um vasto repertório de tipos de produção autobiográfica que abrange a (auto)biografia, a entre-vista narrativa ou a narrativa de vida, o filme biográfico, a história oral, a narrativa etnográfica, narrativa autobiográfica escrita, dentre outros. As modalidades de relatos orais ou escritos de uma história de vida, obtidos através de entrevistas e/ou documentos escritos, visam a compreensão de uma vida ou parte dela, a fim de desvelar os processos históricos e socioculturais constituintes da subjetividade do sujeito investigado. Utilizaremos relatos autobiográficos feitos na forma de entrevistas narrativas e textos literários cujas temáticas variam entre a narração e comentários de episódios passados e da própria formação do sujeito narrador. O exercício de escrita de si “na qual certa reflexão sobre a própria formação e a própria transformação vai se convergindo na forma de ensaios, diários e poemas”, destaca Larrosa (2006, p. 190), constitui importante material para a compreensão da subjetividade do escritor/narrador. Através de escritos autobiográficos de alguns escritores da literatura e entrevistas narrativas de participantes de uma pesquisa anterior objetivamos compreender como se dá a poiesis de si possibilitada pelo compartilhar sua história.
Discursos e identidades: a velhice e seus modos de resistência
Linha de pesquisa: Processos psicossociais e educacionais
Docente: Priscilla Melo Ribeiro de Lima
Ano de início: 2016 (encerrado)
Descrição resumida: Dialeticamente, os discursos constroem as relações de poder e são construídos por elas. Das formas mais diversas, as instituições e os grupos hegemônicos se valem de variadas formas e práticas discursivas para exercer poder e extrair daí benefícios sociais e econômicos. Considera-se uso abusivo do poder as práticas sociais e discursivas que submetem sujeitos ou grupos sociais a situação de dominação e exploração. Em termos identitários, o abuso do poder se manifesta no discurso quando identidades, especialmente de sujeitos e grupos dominados, são construídas e representadas de modo desfavorável. Às identidades de sujeitos e grupos que diferenciam do padrão social hegemônico são associadas representações de inferioridade, feiura, estranheza, aberração, anormalidade etc. Os discursos de resistência se caracterizam por apresentar novos modos de construção e representação das identidades e relações sociais, abertamente dissidentes ao padrão hegemônico. Enquanto prática discursiva, resistir é desafiar padrões identitários hegemônicos e criar novas formas de existência. A velhice foge ao padrão estereotipado de consumo e ritmo acelerado presente nos modos de subjetivação contemporâneos, pois possui características, ritmos e beleza próprios. O velho, ao escapar e não conseguir se enquadrar a essa padronização, vê sua condição de sujeito desejante ser, muitas vezes, colocada em xeque. Nosso objetivo é (1) Discutir como os discursos de resistência são construídos nas narrativas de idosos; (2) Identificar e analisar quais fatores biográficos podem contribuir para a resistência aos discursos hegemônicos de velhice dócil e assexuada, e improdutiva e decrépita; (3) Investigar como os discursos hegemônicos de velhice se fazem presentes no discurso do idoso; (4) Analisar como os idosos vivenciam a própria velhice; (5) Investigar como discursos de resistência podem ser construídos a partir da vivência das oficinas de revisão de vida.